terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Carnaval 2010. (post bem antigo)

  Tô precisando sair de casa, sei lá, dar uma volta, ver pessoas diferentes ou, pelo menos, deixar de ver as paredes do meu quarto. O carnaval passou, esse ano não quis entrar nessa comemoração, não tô no clima. Todos que conheço estão se divertindo e eu dentro de casa bebendo feito um louco e assistindo séries sobre clubes de motoqueiros beberrões. Na verdade comecei a beber todos os dias uma semana antes do carnaval, mas desde sábado tô bebendo em casa e sozinho. O fígado tá dando sinais de que tá perto de desistir e a cabeça não tá regulando bem. Realmente preciso sair de casa!

   Fico pensando nas minhas opções de saída e não encontro nada que prometa uma satisfação de qualquer tipo. Tenho 3 cortesias pra assistir qualquer filme em 2 cinemas diferentes, olho pra ver que filmes tão em cartaz e as escolhas não me agradam em nada. O único que me interessa um pouco tô baixando. É, o cinema não vai rolar, vou esperar pra gastar esses convites com algo que me interesse de verdade.

   Volto pra questão principal: sair de casa. Fumar um cigarro no quintal e pensar melhor nas opções é o melhor que consigo decidir enquanto olho pra bagunça que tá meu quarto. Poderia ligar pra ela ou chegar na casa dela do nada só pra dar uma e aliviar um pouco a pressão, mas lembro das fodas e conversas passadas e vejo que não seria legal encontrar uma pessoa que tem um papo horrível e não sabe foder direito. Nem sei o porquê de ter ido pra casa dela depois da primeira vez, lembrei, tava bêbado! Deixa pra lá, se eu ficar alto o suficiente passo por lá mais tarde ou não, foda-se.

   Talvez devêsse pegar um ônibus e dar umas voltas vendo as pessoas na rua, algumas ainda de ressaca outras ainda vivendo o carnaval e aí me decidir. Tá o maior calor lá fora. Vou colocar mais uma dose do meu uísque barato e abrir uma latinha de cerva gelada como tira-gosto. Quando chegar as 18 horas decido, mas acho que vou acabar por aqui mesmo embebedado e só, mas nunca sozinho.

Marteladas

O céu parece um pedaço de metal
frio
nesta noite.
De dia é incandescente!
Vejo a escuridão lá fora
e o vento
frio
bate em meu corpo.
Todos falam que é um momento
triste.
Pra se estar junto de quem se
ama.
Estou feliz e
só.
Começo da noite e uma garrafa cheia
pra mim.

A lembrança dela passa pela
minha mente.
Feliz.
Continuo feliz
com isso.
Há muito tempo tinha acabado, mas ela
insistia.
Soube semana passada que tinha
casado e estava grávida.
Felicidade.
Só o que posso sentir.

Lá fora uma luz
acende o céu
e o martelo do ferreiro se faz
ouvir.
Sorrio e lhe ofereço a garrafa.
Nada!
Dou outro sorriso e
penso:
Porra, como gostaria de bater neste metal
frio!
Tomo um gole e
limpo
a cabeça.

E assim foi.

Já estava cansado pra caralho!

Naquela manhã fazia 6 meses de estudo direto prum concurso, 10 horas diárias de sofrimento. Vinha pensando se realmente o possível salário iria compensar tanto esforço, mas lembrava do seu amigo trabalhando no banco e criava mais um pouco de paciência e suor pra enfrentar tudo aquilo.

Mas ali estava ele, a algumas horas pra acabar com aquilo tudo fazendo a prova. Nervosismo não passava por sua mente. Já havia feito aquele concurso e de outro banco algumas vezes. Tranquilidade e muita confiança era o que estava sentindo. Pra não ter que se afobar, ou coisa do tipo, resolveu chegar no local de prova 2 horas antes dos portões serem abertos. A prova começava às 8 da manhã. Acordou às 5. Tinha ido dormir 3 horas antes revisando tudo.

Ainda fazia um friozinho da madrugada e o sono bateu. Sabia que o sol iria incomodar dali a pouco e procurou uma futura sombra embaixo de uma árvore próxima pra sentar um pouco. Pensava em entrar faltando uns 5 minutos antes do horário pra ver e mostrar sua calma aos concorrentes. Só pra ser escroto mesmo. Adormeceu. Dormiu pensando na cerva gelada pós concurso, nos uísques comprados com o salário do emprego estável e na tranquilidade que viria depois. Só paz.

Sonhou e sonhou e sonhou. Estava numa mesa tomando umas com seu cigarro na mão e na companhia de poucos mas bons. De repente uma mulher chega no bar e começa a gritar. Ele olha, mas não consegue saber onde ela está nem o que fala (ou grita). Aquilo demora muito tempo e ele nada. ABRE ESSA PORTA! Aquilo foi no pé do seu ouvido. Abriu os olhos e viu uma mulher com o rosto vermelho e com lágrimas molhando a maquiagem.  Só pensou na quantidade de maquiagem que ela usava naquela hora da manhã.

Finalmente olhou pro portão. Fechado. Umas outras 5 pessoas na frente falando com alguém. Os gritos acabaram. Levantou, acendeu um cigarro e ofereceu outro pra ela. Os olhos manchados o fuzilaram, a mão pegou um e ele acendeu. Foram tomar uma cerveja bem gelada.

sábado, 27 de março de 2010

Gastrite

A gastrite manda sinais de vida
Queimações que sobem até o infinito
Tudo indica que devo parar
mas não quero ficar sóbrio
não aqui!
Sou eu, eu, meu amigo!
Coopera só um pouco!
Lembra dos cigarros,
das noites e
das mulheres,
lembra de tudo que nós passamos.
A diversão, ah, a diversão.
Lembra como nos divertimos?
Sei que tu quer parar,
eu também.
Queremos paz, paz absoluta!
E isso só espero contigo,
talvez deva esperar mais,
mas quero paz contigo,
e contigo ficar em paz.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Você

acordo sorrindo como se o mundo fosse seguro

tu dorme do mesmo jeito

pego minha calça e vou ao banheiro

volto, e continuas ali

deitada, bela e sonhando

acendo um cigarro e olho pela janela

não desejo outro lugar

apenas ali: tua caixa

volto pro teu lado

me aconchego e durmo nos teus cabelos

o sono dos satisfeitos.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Incômodo

E ela continua falando!

Nem sei mais há quanto tempo venho escutando isso. É tudo a mesma merda de sempre. Não importa a mulher, ela sempre fala a mesma coisa cem vezes na porra de um relacionamento. Parece que quanto mais você pede pra ela parar mais ela fala. Não quero saber o que tenho que fazer, porra. Me deixa quieto que eu sei de mim! Se eu me importo de perder uma mulher pelo fato de não escutar o que ela fala? Foda-se, fico puto de perder um mulher pelo simples fato dela ter me aguentado algum tempo, isso já é um milagre. “Você tem que amadurecer”, “vai arrumar um trabalho decente”, “você é formado, pelo amor de deus, se arruma”, “pára de beber e fumar senão te deixo de uma vez” e essas coisas.

Agora talvez tenha encontrado uma mulher que vá me deixar em paz! Eu sei disso pelo simples fato dela ter me falado na segunda foda: “eu te aceito como você é”. Caralho, tô feliz! Ela nem faz muito o meu tipo, gosto mais das branquinhas e se for loira ou ruiva natural tô no quinto paraíso. Mas nem ligo muito, só do fato de ter uma mulher invés da mão já tá beleza. Ela é cantora, talvez por isso me aguente conhece a tranquilidade do ser. Vou levando enquanto dá: uma foda de cada vez. Me convidou pra morar com ela na primeira noite, sei que é meio estranho mas não liguei. Vou continuar a me divertir até achar uma melhor, se é que há!

No segundo mês de “conhecimento” recíproco ela vem com a pergunta: “você não vai arrumar um emprego, diminuir a bebida, AMADURECER?!”. Viro e dou um “FODA-SE”

E ela continua falando!

sábado, 2 de janeiro de 2010

Banho com o inesperado.

Fazia algum tempo que não tinha companhia feminina. Estava seco, essa é a verdade. No momento não se importava muito com a aparência (é claro que uma gostosa seria algo maravilhoso) ou caráter  da mulher que abrisse as pernas para ele. Pelo menos tinha comido uma fazia 1 mês, antes dela ficou 3 sem ver mulher nua. Pra acalmar o fogo resolveu curtir a piscina da sua casa, não nadava muito nela. A mãe e a sobrinha estavam ali do lado brincando. Pensou em brincar com a sobrinha na piscina, mas desistiu e ficou lá boiando de costas olhando pro céu azul sem nuvens.

Mergulhou e ficou lá embaixo um bom tempo. “Porra! Será que não vou conseguir nada? Vou ter que apelar pras putas?!” – pensava enquanto subia pra tomar fôlego. Resolveu parar de boiar e nadar um pouco. Quando chegou no meio da piscina teve uma visão surpreendente: na janela do prédio vizinho, um hotel, tinha uma mulher com os peitos de fora. Uma bela mulher loira e uns peitinhos apetitosos. Começou a se imaginar chupando as tetas e depois descendo - “como será o resto?” – até se perder no meio das coxas. Ela pareceu não notar a presença dele lá embaixo e continuou arejando os peitos. Com algum receio, mas puto da vida, ele se afastou e ela saiu do seu campo de visão.

Chegou na borda e ficou lembrando do biquinho rosa olhando pra ele. “Seria um presentão de deus numa hora dessas” – pensava enquanto decidia se voltava ou não pro meio da piscina. Deu um “que se foda!” e voltou pro lugar que podia ver a vadia exibicionista. Ela permanecia no mesmo lugar, na mesma posição e os biquinhos continuavam a chamá-lo. Resolveu ficar olhando sem receio algum - “ela tá mostrando, tem que ter alguém pra admirar!” – praqueles montes (pequenos, mas apetitosos) com vontade de escalar. Passou algum tempo olhando pra eles e num momento a visão foi coberta pelos braços. Subiu a vista e se deparou com os olhos da vizinha. Um frio passou pela espinha e a dúvida pela mente. No momento que ia sair do lugar ela abre os braços e o presenteia com um sorriso - “não pode ser!”.

Nem pensou muito no que ia fazer, começou a convidá-la pra nadar com ele. Durante seus gestos-convite imaginava o que ia fazer com a mãe e a sobrinha. Dava um jeito, a mãe tinha que entender. A resposta não demorou muito: ela apontou pra um relógio imaginário e fez um aviãozinho com a mão. Ia embarcar em pouco tempo. Sem desistir, mas sem desespero, continuo convidando - “meia-horinha, meia-horinha”. Depois de um tempo sem movimentos a situação, pra ele desesperadora, teve uma virada inesperada. Não, ela não ia descer, mas o convidou pra ir até lá.

Sem perder muito tempo recomeçou a fazer gestos tentando confirmar o convite. “Dessa vez me dei bem!”. Convite confirmado, saiu da piscina num pulo e foi colocar uma roupa. “Dessa vez me dei bem!”. Quando chegou no portão de casa lembrou que não sabia nem nome nem número do quarto. Voltou apressado pro beco de casa, mais perto da janela da peitudinha, mas ela já não estava lá. Desconsolado olhava pra cima - “tão perto de me dar bem e fico na mão de novo!” – com a esperança cada vez mais baixa em deus. Um rosto aparece seguido pelos peitinhos, um sorriso de orelha a orelha surgiu no rosto dele - “dessa vez me dei bem!”. Olhou por um tempinho imaginando tudo pra finalmente perguntar seu nome e o número do quarto. Ela, com uma voz muito bonita e provocadora, responde: mas eu não sou mulher. . . “O quê?! . . . Fala mais alto!”. “EU SOU HOMEM!” – grita com uma voz não tão bonita.

De cabeça baixa, e pensando sobre a existência deus, voltou pra piscina.